terça-feira, 10 de junho de 2008

Manhã gelada

Na calçada o vento gelado parecia cortar a face, seguia de encontro a ele em rumo a rotina. Sinto um toque sutil em minha face, não toda ela, só determinada região é acariciada com um calor. Paro instantaneamente, não sei ao certo se simplesmente me entrego a sensação ou se busco compreendê-la. Tudo é muito rápido, sinto, mas é inevitável e procuro de onde vem o toque. Então entro em extase, com a inavreditável sincronicidade da natureza naquele instante, As nuvem são levadas pelo gélido e forte vento, abrindo espaços no céu azul fantástico - pois não há nome para aquele tom - que são preenchidos pelos raios solares que não são brancos nem amarelos e que cintilantes oferecem seu calor a pele enrigecida pelo frio. Nunca se repetirá um momento como aquele, a sensação experenciada naquele instante é única, como sua lição, como cada segundo de nossa preciosa vida. Abro os braços e me entrego ao amor a vida. Os transeuntes olham de esgueio e riem com o canto das bocas, este cara só pode ser louco.

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