sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Pessoa

Já faz um ano, havia mudado de emprego e fui ficar provisoriamente na casa de um amigo meu. Para chegar ao escritório teria que cruzar São Paulo, da Zona Leste à Zona Sul. Entre outras coisas, nesta época aprendi que não existe nada tão anti-discriminação do que o transporte coletivo de São Paulo, nele branco ou negro, criança ou idoso, absolutamente todos sem distinção são expremidos, amassados e incorporados a massa humana a caminho do pão de cada dia, mas isso é outra estória. Na segunda feira, 6h40 da manhã, estava chagando na estação de metro quando cumprimentei um grupo moradores de rua, não entenderam, não responderam. Na terça feira, estavam lá, dois do que cumprimentara no dia anterior e um deles ao ouvir o bom dia que pronunciei, olhou para os lados procurando alguém que pudesse estar recebendo este cumprimento. Finalmente, na quarta feira, quando os cumprimentei ele abriu um sorriso e respondeu:
- Valeu pessoa, pra você também, que deus te abençoe.
Quase chorei, ele me tratou como quer ser tratado, me vê como pessoa, como queria ser visto.

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